A agricultura e a pecuária compartilham, muitas vezes, o mesmo ambiente, mas operam sob lógicas completamente distintas. Agricultor colhe grãos, frutos ou tubérculos de uma só vez e geralmente com um maquinário específico. Já o pecuarista colhe folhas, de modo que colhe várias vezes da mesma planta, e ainda a ‘máquina’ utilizada nessa colheita e o gado! Essa diferença fundamental exige estratégias de colheita e de manejo específicas para cada sistema produtivo.
Compreender essa dinâmica é essencial para otimizar a produtividade no campo e garantir o melhor desempenho animal em sistemas de produção animal à base de pastos tropicais.
Colheita Total X Colheita Contínua
Na agricultura tradicional, a planta cresce, acumula reservas e, no momento ideal, é colhida integralmente, ou seja, com eficiência de colheita superior a 90%. O ciclo se encerra e se reinicia com novo plantio. Já no pasto, a ‘colheita’ ocorre nos horizontes mais superiores do capim, o que equivaleria a ‘colher’ entre 50% e 60% do pasto. E nesse caso, a ‘máquina’ especializada é o próprio animal durante o processo de pastejo. Esse ciclo de colheita ocorre diversas vezes.
Essa dinâmica torna a pastagem um sistema vivo e contínuo. A planta forrageira precisa se regenerar constantemente, mantendo tecidos (folhas) fotossinteticamente ativos enquanto fornece alimento aos animais (planta em crescimento e/ou em rebrote). Por isso, o manejo do pastoreio não pode seguir as mesmas premissas de colheita da agricultura.
A remoção de folhas pelos animais afeta diretamente a capacidade da planta de captar luz do sol e, consequentemente, de produzir energia para crescer e virar produção de matéria seca. Quanto mais intensa e frequente o pastejo for, maior será a necessidade de nutrientes para que o capim se recupere e continue produzindo forragem de qualidade.
O que acontece quando o animal pasteja?
Ao pastejar, o bovino remove as folhas, reduzindo temporariamente a capacidade de produção da planta. Se o pastejo for muito severo, a planta mobiliza seus nutrientes e reservas de carbono armazenadas nas raízes e usa eles para produzir novas folhas rapidamente.
Esse processo é uma adaptação ao pastejo desenvolvida ao longo da evolução das plantas forrageiras. No entanto, pastejos frequentes e intensos ao longo do tempo, podem comprometer a recuperação do pasto, reduzindo o perfilhamento e a profundidade do sistema radicular e, consequente, menor produção de forragem no longo prazo
Por outro lado, o pastejo também é beneficial. A remoção de folhas velhas às vezes permite maior penetração de luz no interior do dossel, estimulando o crescimento de folhas novas, mais ativas na captação de nutrientes. Esse equilíbrio entre remoção e regeneração define a produtividade a longo prazo, ou seja, a longevidade do pasto!
Folhas são o principal produto da pastagem
Diferente da lavoura, onde o objetivo é colher o órgão de reserva de nutrientes (grão, raiz, fruto), no pasto, o produto colhido são as folhas. Elas representam o alimento de maior valor nutritivo para os animais, com concentração elevada de proteína e energia. Mas também são as folhas, por meio da luz do sol, que fazem o trabalho de levar energia para a planta conseguir captar os nutrientes do solo.
Quando o manejo não respeita a fisiologia da planta, ocorre acúmulo excessivo de colmos e de material morto, reduzindo a proporção de folhas na produção de pasto. Isso compromete diretamente o desempenho animal e a eficiência do sistema produtivo.
Manejo inteligente: a chave para colher mais folhas
O conceito de “colher folhas” exige uma mudança de paradigma. Não se trata de deixar o pasto crescer livremente e colocar os animais quando sobrar área. Trata-se de respeitar o ritmo de crescimento da planta, garantindo que ela tenha folhas suficientes para se recuperar após cada pastejo.
Leia mais: Tipos de manejo de pastagem: guia completo para o pecuarista
Sistemas bem manejados colhem mais folhas, mantêm a perenidade do pasto e garantem maior eficiência na utilização da forragem produzida. O resultado prático é o aumento da produtividade no campo, com animais consumindo forragem de qualidade ao longo de todo o ano.
Pecuária sustentável começa no entendimento da planta
A pecuária moderna exige conhecimento profundo da fisiologia de plantas forrageiras e de suas respostas ao ambiente. Solo e clima tropical oferecem condições favoráveis, mas o manejo inadequado compromete o potencial produtivo das pastagens.
Investir em sementes de pastagem de qualidade e adotar práticas de manejo baseadas em critérios técnicos são estratégias fundamentais para sistemas produtivos eficientes e sustentáveis.
Na lavoura se colhe grão. No pasto se colhe a folha. E a folha de qualidade só vem de um manejo inteligente, baseado na fisiologia da planta e no respeito ao seu ciclo de crescimento. Essa é a diferença que transforma as pastagens em verdadeiras fábricas de proteína animal!
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